(Recife, PE, 23/08/1950 – 05/10/1991),
foi ginecologista e médium brasileiro.
Desde criança, Edson Queiroz
manifestava dons mediúnicos, afirmando ser visitado pelo espírito de sua bisavó e outros espíritos que apenas ele enxergava.
Conforme o próprio médium, ele não
tinha intenção de se dedicar à Medicina: preparava-se para o Vestibular de
Engenharia, quando recebeu uma mensagem do plano espiritual: deveria dedicar-se
à área de Saúde. Assim, Edson desistiu da engenharia e ingressou no curso de
Medicina, especializando-se em Ginecologia.
O trabalho mediúnico com o Dr. Fritz
começou em 1979 fazendo crescer rapidamente o número de pacientes atendidos no Centro em Recife. Sua
equipe chegou a contar com oitenta pessoas.
Nesta fase, as formas de tratamento
praticadas pelo Dr. Fritz eram diversificadas:
·
alguns pacientes recebiam receitas dos medicamentos que deveriam tomar;
·
outros eram tratados espiritualmente, à distância;
·
uma boa parte era encaminhada ao Departamento de Passes;
·
as cirurgias espirituais eram efetuadas em dias marcados, em grupos de até
cem pessoas.
As cirurgias eram feitas com grande
rapidez, sem assepsia, a maioria das vezes sem dor, apresentavam pequeno
sangramento e os cortes eram fechados sem suturas. Por vezes eram utilizadas
agulhas hipodérmicas, tanto à semelhança de um processo de acupuntura
espiritual, como para pução de substância estranha no corpo dos pacientes.
Segundo informado pelo Dr. Fritz, o tratamento com agulhas para punção era
utilizado nos pacientes que apresentavam problemas obsessivos ou de ordem
moral.
O médium chega a ficar até dez horas em
processo mediúnico inconsciente.
Outras entidades que auxiliavam Dr. Fritz
com o médium Dr. Edson: Rama-Chain e Swastra (orientais), um enfermeiro
espanhol, um sacerdote brasileiro e um caboclo, entre outras.
Eu estive com Dr. Edson na Fundação Espírita Adolph Fritz de
Recife em 01/08/1990. Pessoa simpática, acolhedora e alegre. Gostava de tocar
violão e cantar a música “Segura Na Mão De Deus”. Filmei e entrevistei o
médium, constatando a realização de cirurgias sem assepsia e anestesia. Após o
trabalho mediúnico que durou várias horas, Dr. Edson se alimentou de uma bacia
grande de iogurte ou colhada. Ocorreram três casos curiosos. No primeiro, Dr.
Fritz me chamou em uma mistura de português e castelhano: usted! Saque las
agujas! Pedindo, ou melhor, ordenando para que eu deixasse a filmadora e
retirasse cerca de 4 a 6 agulhas hipodérmicas que ele havia enfiado entre
vértebras da coluna vertebral de um homem, por cima da camisa, sem verificar
previamente o local exato que deveria introduzir cada agulha e sem haver
qualquer manifestação do paciente. Eu puxei a primeira e saiu um pouco de pele
ou carne. Dr. Fritz me advertiu que puxei errado. Deveria puxar e girar ao
mesmo tempo. Puxei as restantes conforme a recomendação. Trata-se de uma
técnica nova, que não apareceu no trabalho do Arigó. Um menino de 12 a 14 anos
entrou trazido pela mãe que falou que o menino apresentava uma dor de garganta
que não passava. Dr. Fritz imediatamente pede para o menino baixar a bermuda. O
menino obedece e todos veem que a bolsa escrotal enorme. Foi surpresa para a
própria mãe que nada sabia dessa situação. Dr. Fritz enfia uma agulha
hipodérmica e faz a punção do líquido em uma seringa. Disse que o menino ia
ficar bom. O terceiro caso causou surpresa, pois uma moça de 16 a 18 anos
começou a sentir dor e a gritar quando o médium furava sua garganta. Dr. Fritz
ficou impaciente e gritou rispidamente para ela parar de gritar. Ela parou, mas
passou a gemer baixinho até o final da intervenção. O que teria acontecido para
que o processo de anestesia não ter tido o sucesso habitual? Por que Dr. Fritz
não pediu para Jesus ou para os espíritos que o assistem intercederem?
O trabalho mediúnico de Edson Queiroz
chegava a atender centenas de pessoas por dia. Atuou na Federação Espírita
Pernambucana, em um Centro Espírita local e na Fundação Espírita Adolph Fritz,
em Recife.
Foi deputado estadual e presidente da
Câmara Estadual de Pernambuco.
Em 12 de outubro de 1983, o Conselho
Regional de Medicina do Ceará acusou Cavalvante Queiroz e prática ilegal da
Medicina o que resultou na cassação de seu registro profissional. Dois anos
depois foi absolvido.
Como Arigó, nada cobrava por sua
dedicação e veio a ter morte trágica - assassinado a facadas por seu caseiro,
José Ricardo da Silva -, o que acabou reforçando a lenda em torno da entidade e
seus médiuns.