terça-feira, 6 de julho de 2021

Eliane Gonçalves (MG)

Eliane Gonçalves, nascida em 1966 atua como médium inconsciente na Casa de Auxílio e Fraternidade Olhos da Luz, cidade de Sabará, MG, desde 1998. Inicialmente, Eliane atuava como médium recebendo uma enfermeira da Segunda Guerra, chamada Irmã Amélia. Logo depois, passou a incorporar o espírito que se apresenta como um médico morto na Primeira Guerra Mundial: Dr. Adolph Fritz (grafia com ph mesmo).

A Casa de Auxílio e Fraternidade Olhos da Luz foi fundada em 22 de dezembro de 1998 e faz cerca de 2 mil atendimentos de pessoas para cura por fim de semana, contando com o suporte de 240 voluntários.

As chamadas cirurgias são feitas sem dor e sem sangramento, os cortes, quando existem, são rasos. As pessoas são tratadas com tesouras inseridas no nariz, cortes superficiais de bisturi, agulhas inseridas em diversas partes do corpo, e também por simples toques feitos com as mãos. Usa material cirúrgico, como gazes, agulhas descartáveis, algodão e esparadrapos, manipulados pelos voluntários. Além dos três diferentes tamanhos de agulhas, o doutor Adolph Fritz utiliza além de bisturis, facas de cozinha e tesouras.

Quando incorporado, Dr, Fritz se apresenta com a cabeça baixa, passos firmes, voz grossa com timbre rouco e sotaque alemão. Anda rápido e mantém a testa franzida o tempo inteiro.

A médium, enquanto está mediunizada com o Dr, Fritz, não come e nem vai ao banheiro. Há dias em que o trabalho dura entre 12 a 16 horas ininterruptas. Eliane tem problemas de saúde e precisa do auxílio de uma cadeira de rodas em sua vida cotidiana.

A instituição mantém a Escola Profissionalizante Doutor Adolf Fritz com cursos de cabeleireiro, manicure, costura, informática, eletricista predial, artesanato, auxiliar de vendas, jardinagem e pedreiro.

Edson Cavalcante Queiroz (PE)

(Recife, PE, 23/08/1950 – 05/10/1991), foi ginecologista e médium brasileiro.

Desde criança, Edson Queiroz manifestava dons mediúnicos, afirmando ser visitado pelo espírito de sua bisavó e outros espíritos que apenas ele enxergava.

Conforme o próprio médium, ele não tinha intenção de se dedicar à Medicina: preparava-se para o Vestibular de Engenharia, quando recebeu uma mensagem do plano espiritual: deveria dedicar-se à área de Saúde. Assim, Edson desistiu da engenharia e ingressou no curso de Medicina, especializando-se em Ginecologia.

O trabalho mediúnico com o Dr. Fritz começou em 1979 fazendo crescer rapidamente o número de  pacientes atendidos no Centro em Recife. Sua equipe chegou a contar com oitenta pessoas.

Nesta fase, as formas de tratamento praticadas pelo Dr. Fritz eram diversificadas:

· alguns pacientes recebiam receitas dos medicamentos que deveriam tomar;

· outros eram tratados espiritualmente, à distância;

· uma boa parte era encaminhada ao Departamento de Passes;

· as cirurgias espirituais eram efetuadas em dias marcados, em grupos de até cem pessoas.

As cirurgias eram feitas com grande rapidez, sem assepsia, a maioria das vezes sem dor, apresentavam pequeno sangramento e os cortes eram fechados sem suturas. Por vezes eram utilizadas agulhas hipodérmicas, tanto à semelhança de um processo de acupuntura espiritual, como para pução de substância estranha no corpo dos pacientes. Segundo informado pelo Dr. Fritz, o tratamento com agulhas para punção era utilizado nos pacientes que apresentavam problemas obsessivos ou de ordem moral.

O médium chega a ficar até dez horas em processo mediúnico inconsciente.

Outras entidades que auxiliavam Dr. Fritz com o médium Dr. Edson: Rama-Chain e Swastra (orientais), um enfermeiro espanhol, um sacerdote brasileiro e um caboclo, entre outras.

Eu estive com Dr. Edson na Fundação Espírita Adolph Fritz de Recife em 01/08/1990. Pessoa simpática, acolhedora e alegre. Gostava de tocar violão e cantar a música “Segura Na Mão De Deus”. Filmei e entrevistei o médium, constatando a realização de cirurgias sem assepsia e anestesia. Após o trabalho mediúnico que durou várias horas, Dr. Edson se alimentou de uma bacia grande de iogurte ou colhada. Ocorreram três casos curiosos. No primeiro, Dr. Fritz me chamou em uma mistura de português e castelhano: usted! Saque las agujas! Pedindo, ou melhor, ordenando para que eu deixasse a filmadora e retirasse cerca de 4 a 6 agulhas hipodérmicas que ele havia enfiado entre vértebras da coluna vertebral de um homem, por cima da camisa, sem verificar previamente o local exato que deveria introduzir cada agulha e sem haver qualquer manifestação do paciente. Eu puxei a primeira e saiu um pouco de pele ou carne. Dr. Fritz me advertiu que puxei errado. Deveria puxar e girar ao mesmo tempo. Puxei as restantes conforme a recomendação. Trata-se de uma técnica nova, que não apareceu no trabalho do Arigó. Um menino de 12 a 14 anos entrou trazido pela mãe que falou que o menino apresentava uma dor de garganta que não passava. Dr. Fritz imediatamente pede para o menino baixar a bermuda. O menino obedece e todos veem que a bolsa escrotal enorme. Foi surpresa para a própria mãe que nada sabia dessa situação. Dr. Fritz enfia uma agulha hipodérmica e faz a punção do líquido em uma seringa. Disse que o menino ia ficar bom. O terceiro caso causou surpresa, pois uma moça de 16 a 18 anos começou a sentir dor e a gritar quando o médium furava sua garganta. Dr. Fritz ficou impaciente e gritou rispidamente para ela parar de gritar. Ela parou, mas passou a gemer baixinho até o final da intervenção. O que teria acontecido para que o processo de anestesia não ter tido o sucesso habitual? Por que Dr. Fritz não pediu para Jesus ou para os espíritos que o assistem intercederem?

O trabalho mediúnico de Edson Queiroz chegava a atender centenas de pessoas por dia. Atuou na Federação Espírita Pernambucana, em um Centro Espírita local e na Fundação Espírita Adolph Fritz, em Recife.

Foi deputado estadual e presidente da Câmara Estadual de Pernambuco.

Em 12 de outubro de 1983, o Conselho Regional de Medicina do Ceará acusou Cavalvante Queiroz e prática ilegal da Medicina o que resultou na cassação de seu registro profissional. Dois anos depois foi absolvido.

Como Arigó, nada cobrava por sua dedicação e veio a ter morte trágica - assassinado a facadas por seu caseiro, José Ricardo da Silva -, o que acabou reforçando a lenda em torno da entidade e seus médiuns.


Edson Barbosa de Souza (SP)

Médium sensitivo, psicofônico, efeitos físicos, psicografo, receitista e de Curas, natural do Estado do Paraná, 55 anos, casado, pai de dois filhos É médium espírita há 33 anos, dos quais 29 atuando como médium de curas (inicio 13/02/85), sob orientação do benfeitor espiritual Dr.Stefani Oswald e Dr.Xavier , sendo 30 anos na cidade de Ribeirão Pires/SP[1].

Em 1983 ocorreu o primeiro contato com o seu mentor espiritual, Stefani Oswald (nome fictício), espírito de um notável médico brasileiro, que em vida foi sanitarista, biólogo, botânico e pesquisador da doença de Chagas. Trabalhou no projeto Manguinhos, com a equipe de Carlos Chagas, para desenvolvimento da vacina contra a febre amarela e malária.

O trabalho de atendimento de cura e cirurgia espiritual aos doentes começou em 1985. A quantidade de assistidos com essa tarefa, segundo a Espiritualidade, é acima 400.000

atendimentos a pessoas de várias partes do país. O atendimento não tem fins lucrativos.

Uma grande equipe, formada por vários voluntários, colabora com o médium em seu trabalho. “Fazemos tudo pré-determinado pelo espírito Stefani Oswald. Se ele autoriza, fazemos, caso contrário, obedecemos”, comentou o médium em entrevista.

O atendimento do médium se estende a várias partes do Brasil e, principalmente em Ribeirão Pires através do Pronto Socorro Espiritual Irmã Scheilla, Rua Áustria, 57 (Jardim Alvorada), em Ribeirão Pires (SP).



[1] www.irmascheilla.org.br

Edivaldo de Oliveira Silva (BA)

Médium baiano nascido em Vitória da Conquista que recebia o espírito do Dr. Fritz e morreu de acidente automobilístico. Era irmão do médium Oscar Wilde. Há registros da grafia com o nome “Edwaldo” e “Edivaldo Wilde”.

Odontólogo e professor da cidade de Vitória da Conquista (BA). Passou a aceitar o Espiritismo em 1967. Nesse mesmo ano atuou na cidade de Montes Claros (MG). Os espíritos que se manifestavam falavam em suas próprias línguas. Dr. Frits em alemão mesclado com português, Dr. José Calazans em espanhol, Dr. Pierre em francês, Dr. Bninele em italiano e o Dr. Johnson em inglês. Conta-se que o carro do médium teria caído em um buraco que os espíritos levitaram para a continuidade da viagem. Consta que teria feito em 1970 uma operação no cérebro que os participantes puderam ouvir o motor de um aparelho para perfurar o crânio.

Ênio Wendling (SP)

Nasceu em 24/05/1925 em São Bernardo do Campo – SP e faleceu em 17/01/2016. Médium vidente, clarividente, audiente, psicógrafo, psicofônico, de efeitos físicos e de bicorporeidade.

FEIG - Fraternidade Espírita Irmão Glacus. Rua Henrique Gorceix, nº 30 - Padre Eustáquio - Belo Horizonte – MG.

Entidades: Dr. Fritz, José Grosso (José da Silva), Dr. Joseph Gleber, Antônio da Silva – (Palminha), Irmã Sheilla.

Em reunião de tratamento espiritual na Feig em 24/06/2000, o Espírito José Grosso informou que o médium Ênio completava sua participação em 871 reuniões de efeitos físicos (com materializações luminosas ou semiluminosas), a contar desde sua participação nas reuniões na casa do Jair Soares.

Livro "Forças Libertadoras" (Ed. Eco. Rio de Janeiro, 1967), de R. A. Ranieri.

Dona Ló era muito magrinha, pálida. Pelos seus traços fisionômicos parecia ter sido uma jovem muito bonita. Certo dia, o Peixotinho chegou do Rio de Janeiro e foi bater à porta da casa do senhor Jair Soares. Foi num sábado, chovia muito. Foi convidado a entrar e na hora do lanche pôs-se a conversar com o Jair. E ele resolveu ficar a fim de realizar uma reunião de materialização. Tivemos a reunião com o Jair, dona Ló, Peixotinho, dona Zizi, Efigênia, e eu. Ficamos no escritório do Jair, num corredorzinho e Peixotinho debaixo das escadas, deitado. Quando Scheilla materializou-se. Uma luminosidade indescritível. Ela estava iluminada da cabeça aos pés. Cheia de luz. Ela pegou alguns lenços feitos com o ectoplasma, aproximou-se de dona Ló, e começou a colocar aqueles lenços espalhados por várias parte do seu corpo físico. E o mais interessante é que o corpo físico de dona Ló absorvia estes lenços.[1]



[1] http://joomla.feig.org.br/content/irm%C3%A3o-glacus-%C3%AAnio-wendling-1aparte-entrevista


Elídia Pires de Carvalho (SP)

A Matéria no Jornal Diário da Noite (SP) 18/05/1949, cita os médiuns: Oswaldo Pereira de Oliveira, Elídia Pires de Carvalho e José Corrêa das Neves. Espíritos: Geraldo e Lazinho.

Teria sido operada  pelo médium Oswaldo Pereira, com o espírito do falecido médico Luís Comes do Amaral, conhecidos pela afamada operação em Pindamonhangaba (SP).


Eduardo Ladeira Bandeira (SP)

Primo dos irmãos Benedito e Lúcio Cosme. Falecido com cerca de 40 anos, por acidente, enquanto consertava sua perua Kombi que usava para o serviço de carreto, um houve uma faísca que gerou um incêndio cujas queimaduras acabaram por vitimar o médium. Antes de morrer foi exposto à alta voltagem elétrica e ficou com a parte direita do corpo comprometida. Sua mediunidade parecia menos intensa que a do Benedito Cosme. Foi zelador do Centro Espírita Padre Zabeu segundo depoimento do seu presidente Dirceu de Castro em 11/03/1990. Deve ter falecido no final da década de 1960.

Edgar Vieira Lima (SP)

Referência na Ata de Trabalhos de Materialização de 07/06/1946. Do Centro Espírita Padre Zabeu (Vila Guilherme). O diretor espiritual era o Padre Zabeu, o médium era Edgar Vieira Lima. Tinha interruptor de luz vermelha e de luz azul, mas só usavam a vermelha. Músicas ouvidas: Valsa Ressurreição e Meditação.


segunda-feira, 5 de julho de 2021

Divaldo Pereira Franco (BA)

- Entrevista realizada à 07/08/05 por Vitor Visoni com Geraldo Guimarães, amigo do médium.

Conforme depoimento de Gloria Vetter, ela presenciou a materialização de Joanna de Ângelis em uma das estadas do médium na sua casa nos Estados Unidos (NY ou Washington)

O Diretor-Presidente da Fraternidade Espírita Irmã Scheilla, por volta de 1977/78, teve a felicidade de assistir a uma reunião mediúnica na Mansão do Caminho. Na oportunidade Irmã Scheilla, por intermédio do médium Divaldo Pereira Franco, materializou rosas, distribuiu-as, e conversou com vários dos participantes daquela reunião.[1]

Relato de Divaldo em vídeo na internet, revela que em 1954 estava com afonia, dor de garganta e nódulo junto as cordas vocais com possibilidade de ser um câncer. Recebeu um telegrama de Chico Xavier, de Pedro Leopoldo, para estar presente na reunião de quarta-feira.
Ele foi com três amigos na casa do irmão do Chico, André Luiz. Iniciada a reunião com Chico recolhido em sua mediunidade, apareceu a irmã Scheilla, vestida de enfermeira da Primeira Guerra Mundial. Tinha uma espécie de caneta flexível  iluminada que usou para cauterizar a região da garganta.
Divaldo pediu para cortar um pedaço de sua roupa que guarda consigo.

Após sua despedida, o médium pediu a Divaldo para falar sobre uma passagem do evangelho. Divaldo disse que não conseguiria, mas o médium insistiu e a voz retornou possibilitando a continuidade de seu trabalho de divulgação do espiritismo.

[1] http://feis-irmascheilla.blogspot.com.br/p/feis.html

Diógenes Pulino (SP)

Filho de Benedita de Oliveira Pulino e Deocleciano Pulino, irmão de Nery Pulino conhecido por Paulo Pulino. Nasceu na cidade de Bebedouro no dia 16/11/1914 e faleceu em 22/04/2010.

Entrevistei o médium em 1987 no Templo do Cristianismo Espírita e obtive as informações a seguir:

Minha percepção é que se trata de pessoa séria, de temperamento forte, muito franco, desconfiado, com boa percepção da realidade e muito crítico.

Conheceu o Lúcio Cosme, médium de efeitos físicos do Centro Espírita Padre Zabeu onde se deu seu desenvolvimento. Em 1945 ele e o irmão participavam das reuniões. Em 1950 o irmão Nery começou a trabalhar como médium, depois de muito pesquisar e exercer medidas de controle.

Amparado pelas entidades o desenvolvimento do Diógenes foi rápido, entre 3 a 4 semanas.

No final dos anos 40 houve uma campanha do Jornal Diário da Noite, comparecendo às reuniões com investigadores que tomaram medidas excessivas para comprovação, como talco no chão, tinta fosforescente na cabeça dos assistentes, fio amarrado no buraco da lapela dos assistentes da primeira fila, lacres e esparadrapos na grade da cabine, etc. Em determinado momento tiraram foto com flash sem autorização dos espíritos ocasionando uma enfermidade no médium Nery que passou muito mal, vomitou sangue fazendo a família pensar que iria falecer. Nesta reunião os médiuns ficaram de pijama e foram pesados antes e depois da reunião, sendo que o Lúcio Cosme aumentou três quilos e o Nery diminuiu de peso.

Em 40 anos de mediunidade Diógenes estima que no máximo em seis ocasiões ocorreram a manifestação inesperada de espíritos obsessores, sem, contudo ter resultado em problemas de maior gravidade.

Disse que nunca houve a materialização de parente seu, como seu pai e o seu irmão. “O médium precisa ter afinidade com as entidades”. Por isso alguns espíritos não se materializaram mais depois da morte do irmão.

Diógenes entende que o ectoplasma de cada médium era usado de forma diferente, o do Nery para moldar o aparelho vocal e o dele para o resto. Isso explicaria o fato de Nhô Leocádio não mais se utilizar da voz direta após a morte do irmão, assim como alguns espíritos não mais se materializaram por terem mais afinidade com o irmão.

Diz que sente sono, mas que o sono mediúnico não satisfaz, porque depois de uma reunião de uma hora e meia, duas e até três excepcionalmente, dorme naturalmente na mesma noite.

Falou que não tem consciência, mas imagina que seu perispírito deva ser conduzido a um lugar agradável. Acredita que os gemidos que seu corpo emite sejam resultados do desconforto que os espíritos sentem ao tomarem contato com a densidade e o desconforto do ectoplasma. O seu perispírito sente e transmite essas impressões que o corpo exterioriza.

Mencionou que não costumava ler obras espíritas por receio de colocar ideias erradas em sua mente e influenciar os espíritos por meio de sua mediunidade.

Contou que gosta de comer carne e nos dias de reunião que eram duas vezes por mês e depois passou para apenas uma vez ele não comia, mas se ressentia. Os espíritos então permitiram que ele comesse carne branca. Ele costumava comer peixe no almoço do dia da reunião. Álcool ele toma eventualmente vinho ou cerveja, mas não costuma beber e nunca fumou.

Trecho da ata de reunião de 05/05/1956:

Espírito Leocádio: vocês ficam impressionados com o Diógenes, mas não é nada não. Isto é coisa que nós mesmos fazemos com ele, não tem perigo não. Silva, se o Diógenes manda você ascender a luz, você não acende não. Às vezes, o espírito dele volta e toma o corpo dele.

Trecho da ata de reunião de 19/05/1956:

Nery com forte gripe e Diógenes muito cansado pelo excesso de trabalho. Clemente (espírito) materializado intensificou a luz vermelha para que todos pudessem ver nitidamente seu rosto.


Dinaura Leão (MG)

Trabalhou no Grupo da Fraternidade Irmão Joseph Gleber com 14 anos de idade por um ano. Os seguintes espíritos se materializavam por sua mediunidade: Sheilla, José Grosso, Palminha e Raquel. Depois, passou a frequentar o Grupo da Fraternidade Irmão Sadu Ramar na cidade de Itanhomi (MG). LABBATE, Dante. Materializações Luminosas – Leis cósmicas em ação. Fonte Nova, Belo Horizonte. 2002.


Diamantina Cuestas Machado (SP)

Há referência de uma foto dos médiuns João Rodrigues Cosme e Diamantina Cuestas Machado, com uma mão ectoplásmica mudando o disco na vitrola.


Davilson Silva (SP)

Jornalista e médium de cirurgias espirituais, nascido em 27/06/1949, em exercício mediúnico há mais de duas décadas, e médium de cura e de efeitos físicos. Atua na Instituição Assistencial Seara de Luz, Instituição Assistencial Irmão Palminha, de São Bernardo do Campo (SP), ambas as associações dirigidas por Antônio de Jesus Sardano.

Nos trabalhos de cura Davilson atua completamente mediunizado, inconsciente, pelo meio da mediunidade de incorporação.

Relato da experiência do Davilson em junho 2013:

Essa ocorrência se deu em certa Instituição espírita do ABC paulista pela qual tínhamos sido convidados, segundo a dirigente desse trabalho, que é dedicado à tratamentos de saúde à distância, pelo Espírito irmão Palminha e o Espírito José Grosso. Relato uma ocorrência acontecida em janeiro de 2009, em certa Instituição espírita do ABC paulista. Éramos um grupo de cinco pessoas dentro de exígua cabine onde se encontrava a médium-base e nós, eu, a minha esposa e mais outros médiuns de doação ectoplasmática.

Estávamos em posição de repouso, deitados, um ao lado do outro, cada um em sua espreguiçadeira, em plena escuridão: minha esposa, do meu lado esquerdo, os três outros médiuns do meu lado direito; a quinta médium, por sinal, vidente, que ficara sentada numa cadeira um pouco afastada de nós, em absoluto estado de vigília, verificava os movimentos na cabine, recepcionava as Entidades Espirituais. Enquanto permanecíamos nesse espaço, cerca de 20 médiuns em separado, no espaço do salão, nos davam suporte energético com preces inseridas de cânticos e hinos espíritas.

Dormia um sono profundo, quando, de repente, acordei com algo luminoso a um palmo do nariz. Surpreso, fiquei meio confuso. Mas logo percebi que se tratava da luz fosforescente do megafone que, anteriormente, estava em cima de uma mesinha a dois passos do lugar em que me encontrava em repouso. Antes, o megafone colocado por mim sobre essa mesa, junto com meia dúzia de garrafas com água para fluidificar, não apresentava nenhuma luminosidade. Pois bem! Não me assustei, só fiquei surpreso, pois, aliás, os Espíritos materializados com quem temos contato são muito cuidadosos, por demais fraternos, carinhosos e jamais nos causaram algum tipo de desconforto, de sobressalto. Fazem de tudo para que nos sintamos à vontade, relaxados.

Em seguida, vendo que eu despertara, isto é, saíra do transe, o Espírito Palminha, na forma de uma criança, afastou o megafone próximo do meu rosto e começou a movimentá-lo suavemente para cima e para baixo umas três vezes como se estivera escaneando-me o corpo em repouso. Depois, dirigindo-se à minha mulher, que também fora por ele despertado do sono magnético, fez os mesmos movimentos com o objeto fosforescente. De súbito, notamos o megafone suspenso no ar a cerca de um metro do piso depois de afastado da posição já descrita em que minha mulher estava.

O megafone que, aliás, foi confeccionado por mim (tenho outro, dado de presente pelo saudoso amigo, o Sr. Vitorio Temponi, fundador do Templo Espírita de Cristianismo), permaneceu completamente imóvel, como se a Entidade o tivesse colocado em cima de alguma superfície, de algum móvel que com toda a certeza não estava ali, ou como se o tivesse congelado no ar tal como fazem com imagens cinematográficas, em vídeos. O megafone, todo iluminado por dentro com tinta fosforescente, em plena escuridão, parecia mais resplandente lanterna. Assim ele o deixou cerca de mais ou menos dez minutos e foi em direção à dirigente do interior da cabine. A estas alturas, outras Entidades encontravam-se materializadas. No ambiente, suave perfume de flores começara a se espargir, misturada ao aroma de éter já sentido em todo o recinto (os que ficaram lá fora disseram que, até da rua, podiam senti-lo), provindos da dimensão espiritual, sendo borrifados sobre nossas cabeças intermitentemente durante até certo período da reunião. Aconteceram, nessa ocasião outros notáveis e diversos fenômenos.

Davilson enfrentou uma atitude pouco receptiva por parte de alguns dirigentes espíritas. Nos anos 90 ele tentou em vão fazer esse trabalho em alguns centros, alguns dos quais com essa vivência no passado. Havia sempre discordâncias internas criando um ambiente inadequado para o médium.

Fundou a Fraternidade Espírita Aurora da Paz (Feap), em 2001, para realização de trabalhos que têm como base tratamentos e cirurgias espirituais, atividade esta desempenhada desde 1990.

Teve de deixar o imóvel onde realizava as reuniões espíritas de evangelho, de doutrina, de passes e de tratamentos à distância através dos efeitos físicos, mas recebemos autorização para, pelo menos, não interromper os efeitos físicos em nosso novo endereço, o nosso apartamento, pois ficáramos sem local para reuniões públicas e esse tipo de trabalho.

Os tratamentos e cirurgias espirituais eram feitas no salão da Sociedade Espírita Grupo Fraterno, na Praça Carlos Gomes, 100, Sé , no centro da capital paulista, uma vez que o local da Feap não era apropriado para tal. Ficou lá cerca de sete anos. Não tinha autorização para realizar efeitos físicos, por isso esse trabalho era feito no seu apartamento todas as terças-feiras às 20 horas.

Depoimento do Davilson sobre o Padre Zabeu

O Espírito Padre Zabeu já se manifestou por meu intermédio. Em efeitos físicos, não. No entanto, tenho uma gravação com a voz dele, registrada num gravador tipo de repórter em fita cassete, quando fazíamos Transcomunicação Instrumental. Zabeu Kauffman é uma Entidade muito querida também por nós. A irmã Josefa se comunicava na Feap.

Depoimento do Davilson sobre seus trabalhos de efeitos físicos

Na área de materialização, materializa-se o Palminha em forma de luz e também de modo opaco, deslocando, suspendendo objetos de um lugar para o outro, produzindo efeitos luminosos, tocando o pandeirinho, campainhas, tocando uma sineta, assoviando, etc. Até o presente, ele não fala, mas comunica-se através de pancadas na base do “sim" e “não” ou se utilizando da audiência da médium, a minha esposa, quando tem que dar uma explicação mais complexa, mais detalhada. Materializa-se o José Grosso, Frei Fabiano de Cristo, Tupinambá, Scheilla e outras entidades esclarecidas e bondosas. Quanto aos trabalhos de cura, manifestam-se o coordenador de todos os médicos espirituais da nossa equipe, o nosso querido Irmão Tupinambá, Dr. Militão Pacheco, Dr. Kamura que, vez por outra, nos dá notícias do Sr. Benedito Cosme, nosso amigo, e grande médium que foi, Dr. Sérgio de Alcalá (esse médico, espanhol, muitos anos antes de assumirmos essa tarefa, já o conhecíamos, ele tinha falado conosco através de um antigo rádio de válvula pelo processo da TCI). Temos também a presença de Dr. Napoleão Laureano e outros mais.

Declaração de Davilson sobre a reunião  desenvolvimento de fenômenos espirituais de efeitos físicos e de materialização de espíritos em 07/12/2004, na Fraternidade Espírita Aurora da Paz (Feap), Avenida Pablo Casals, 937, Jardim Adalgiza, São Paulo, SP, com 90 minutos de duração:

Durante o meu desdobramento (ou autotelediplosia, ou bicorporeidade, ou bilocação, etc.), houve a incidência de voz direta, fato que há muito tempo acontece. Ainda que em transe profundo, deitado na poltrona, isolado na mais absoluta escuridão da cabine mediúnica, escuto esporadicamente com nitidez vozes de Espíritos ora no recinto desta, ora no ambiente do salão, sobretudo quando meus companheiros começam a cantar hinos religiosos e certas canções populares. Tais vozes são perfeitamente audíveis, distinguíveis por mim: a primeira é feminina, voz que lembra a de soprano; a segunda, feminina, porém mais cheia e comum; a terceira, masculina, voz bonita, agradável; a quarta, de um menino que canta timidamente e me dá a impressão de não conhecer bem as músicas. Os Espíritos parecem possuir preferência por determinadas músicas que a Zânia escolhe, pela alegria e ardor quando as cantam junto com ela e os outros. Não se trata de clariaudiência, pois esta consiste em uma faculdade subjetiva ao passo que o que ocorre é um fenômeno objetivo, ou seja, escutado pela maioria do outro lado da cabine, ainda que de maneira imperfeita, consoante o que dizem. Outro fato a salientar diz respeito à iluminação do megafone (o instrumento que amplia a voz direta). Ao sair da cabine, no término do trabalho, em pleno escuro, apresentei aos meus diletos companheiros o megafone todo iluminado com luz fria produzida pelos Espíritos. Vale ressaltar que, antes de começar a reunião, todos viram o megafone sem o menor resquício de brilho.


Cláudio Dias Baltar (RJ)

Trabalhou no Lar Frei Luiz como médium de apoio nas reuniões de materialização e curas de 1983 a 2003, depois abriu o Templo Espírita Pena Branca com orientação umbandista.[1]



[1] Conforme livro O Deus de Cada Um. books.google.com.br/books?isbn=8522009155


Ciro Milton de Abreu (SP)

Experiência pessoal de Herculano Pires com o médium Ciro Milton de Abreu, ferroviário da Estrada de Ferro Sorocabana, porteiro da estação de Cerqueira César – SP, em 1938 na residência de Dadício de Oliveira Baulet. “Sala não totalmente escura curiosos fenômenos de explosão ectoplásmica, semelhante, em proporções relativas, a descargas elétricas na atmosfera. Pequenos relâmpagos estralejavam no ambiente, cortando o ar de um lado para outro, sempre de maneira descendente, produzindo odor mais forte de ozona. Esses efeitos duraram por mais de duas horas, de maneira que pudemos observá-los à vontade.”[1]

RIZZINI, Jorge. J. Herculano Pires, o apóstolo de Kardec. Paideia, São Paulo.

Segundo Jorge Rizzini escrevendo sobre Herculano Pires em suas primeiras sessões mediúnicas. Ao mesmo tempo em que se aprofundava no estudo de O livro dos espíritos, passou Herculano Pires a assistir sessões mediúnicas em casa de seu amigo Dadício de Oliveira Baulet. Ciro Milton de Abreu, humilde funcionário na estação ferroviária de Cerqueira César, era o médium principal. Ciro era dotado de faculdades excepcionais no campo da ectoplasmia, dos fenômenos de transporte de objetos sem contato, de levitação e reprodução de efeitos luminosos e de fogo.

O espírito que produzia tais prodígios se chamava Fragoso. Herculano Pires presenciou nessas sessões imensa quantidade de fenômenos. Deixemos que ele próprio relate:

“Logo a seguir Fragoso pediu que apagassem a luz da sala. Não se fez escuridão completa porque a casa era de telha vã e a iluminação da rua e a de uma sala vizinha, da própria casa, penetravam indiretamente no ambiente. Ouviu-se um estalo no canto direito da sala e todos se voltaram para lá. Foi uma fração de segundo. Quando todos voltaram a olhar para o médium ele havia desaparecido. Suspenderam os trabalhos e chamaram por Ciro. Ele não respondia. Deram buscas na casa e foram encontrar o médium preso num guarda-roupa do quarto de dormir do casal, estando o móvel fechado a chave por fora, com a chave na fechadura.”

E Herculano Pires nos fornece estes detalhes não menos impressionantes: “Emanação de ectoplasma em forma fluídica, formando nevoeiro espesso na sala, com a produção de relâmpagos e luminosidades, e a produção de chamas isoladas, até mesmo na calçada da rua, pequenas chamas flutuantes e verdes como fogo-fátuo, foram verificados ali.”[2]



[1] PIRES, Herculano. Parapsicologia e suas perspectivas. Edicel, São Paulo. 1974.

[2] RIZZINI, Jorge. J. Herculano Pires, o apóstolo de Kardec. Paideia, São Paulo.

Francisco Monteiro (MG)

Em meados da década de oitenta do século passado, o médium Chico Monteiro iniciava um trabalho feito com materialização de instrumentos cirúrgicos e tratamento com vibração das mãos. Criou a Organização Paracientífica Dr. Fritz na cidade de Rio Novo – MG. Chico Monteiro se apresenta como paranormal e terapeuta holístico). A instituição recebe cerca de mil pessoas por sábado. O site informa que “NÃO É USADO NENHUM INSTRUMENTO CIRÚRGICO MATERIAL”.[1]

Segundo o médium, o nome completo do Dr. Fritz é Adolph Frederick Yeperssoven. Ele teria vindo para o Brasil a chamado do Aleijadinho. Teria desencarnado na Alemanha, na batalha de Tannemberg (26 a 30 de agosto 1914).

Destarte, a incorporação com Chico Monteiro tem um movimento próprio. Seu corpo não para um só minuto, atende a cada paciente como se fosse o primeiro. O médico alemão também gosta de conversar, e muito. Conta e faz piada, brinca com criança, faz previsões, anda pra cá e pra lá, e dá-lhe “intervenção cirúrgica”. É nesse ritmo alucinante que se desenvolve a incorporação do Dr. Fritz.

José Francisco Monteiro, nasceu em Além Paraíba – MG, a 15 de outubro de 1949, transferiu-se ainda jovem para o Rio de Janeiro com a intenção de ganhar a vida como radialista. No início dos anos 70, chegou à cidade de Cataguases – MG, onde deu prosseguimento à atividade de comunicador.

Sua segunda companheira o ajuda nos trabalhos da Organização Paracientífica Adolfo Fritz. Em meados da década de oitenta do século passado, Chico Monteiro iniciava na cidade de Cataguases a um trabalho feito com materialização de instrumentos cirúrgicos e tratamento com vibração das mãos. Em 1985 tinha início o atendimento ao público no Centro Espírita Paz, Luz e Amor.

O médium alega que já entrou em contato com extraterrestres e que conhece o Planeta Noron que fica próximo da Terra.

Pra mim cara, a religião é a força que você tem dentro de você de uma crença em alguma coisa, entendeu? Se você acredita em alguma coisa, aquilo é a sua religião, isso é o que eu penso desde criança, entendeu? Quer dizer, eu tive que atender dentro de Casa Espírita porque ali é que abriria as portas pra mim, entendeu? Para o que esse pessoal do outro lado queria fazer, então eu tive que atender em Casa Espírita; depois a gente criou essa organização que é, ela continua como Organização Paracientífica. [...] Eu acho que o kardecismo ele abriu muitas portas, mas eu acho que a gente não pode ficar preso. [...].[2]



[1] http://www.chicomonteiro.org/index.php

[2] http://www.febnet.org.br/ba/file/Pesquisa/Textos/TCC/inaciomanuelnevesfradedacruz.pdf

Carmine Mirabelli (SP)

Nasceu em 02/01/1889 na fazenda Lageado na cidade paulista de Botucatu. Faleceu no dia 1 de maio de 1951, com 62 anos, atropelado por uma lotação na avenida Nova Cantareira. Tipo de morte prevista pelo médium segundo relato de seu neto Luiz Mirabelli Júnior. Filho primogênito de Luigi Mirabelli, um pastor protestante italiano e de Christina Scaccioto Mirabelli.

O escritor Jorge Rizzini afirmou que o seu nome verdadeiro, ou correto seria Carmílio Mirabelli.

O jornal O Estado de São Paulo, em 18 de maio de 1916 cobriu a materialização. O Vanguarda, de fevereiro de 1933, abordou a materialização, pelo médium, do espírito de São Francisco de Assis

Faleceu vítima de acidente de trânsito, por atropelamento. Conduzido ao Hospital das Clínicas de São Paulo, veio a falecer sendo atestada a fratura do seu crânio como "causa-mortis". O corpo foi sepultado na tarde de 1º de maio de 1951 na campa 155 da quadra 27, no Cemitério São Paulo.

Era muito eloqüente e comunicativo, apreciava a natureza e gostava de fumar charutos e cachimbos. Mirabelli era portador de diabetes.

Provavelmente o médium brasileiro de efeitos físicos que apresentou mais tipos diferentes de fenômenos. Apresentou diferentes mediunidades como a clarividência, psicografia em cerca de 30 linguas, xenoglossia, psicofonia, psicopictografia (deixou cerca de 300 quadros), levitação de seu próprio corpo e de objetos, transporte de de seu próprio corpo e de objetos, tiptologia, execução de instrumentos musicais sem ter essa capacitação, bem como de cantor em transe cantando com voz de tenor, barítono e baixo.[1] Em alguns transes mediúnicos Mirabelli apresentava rigidez cadavérica, em outras alterações, como temperatura de até 39 graus, pulsação entre 120 e 150.

Mirabelli estudou até o terceiro ano primário e ao falar cometia vários erros, embora em transe se manifestasse em português correto.

Academia de Estudos Psychicos (depois Centro de Estudos Psichicos) “Cesar Lombroso” (S. Paulo), Instituto Psíquico Brasileiro de S. Paulo, Instituto Psíquico Brasileiro de Niterói, Academia Brasileira de Metapsychica (Rio de Janeiro).

O periódico O Estado de São Paulo, em 18 de maio de 1916 cobriu a materialização, pelo médium, do espírito do ex-bispo da Diocese de São Paulo, D. José de Camargo Barros, em sessão ocorrida na cidade de Santos. Estiveram presentes médicos e oficiais da Força Pública de São Paulo. O Vanguarda, de fevereiro de 1933, abordou a materialização, pelo médium, do espírito de São Francisco de Assis.

Carlos Inglez de Souza no seu livro Padre Zabeu Kauffman. Espírito Missionário do Além registra que o médium Mirabelli teve três casamentos e cinco filhos. Morreu depois de ser atropelado, fraturou o crânio e ter entrado em coma. Fernando Portela menciona o mesmo em seu livro Além do Normal.[2]

A sua própria levitação causou muita polêmica e até recentemente foi publicada na Internet, como suspeita de fraude.

Depoimento do neto do médium, Luiz Mirabelli Júnior sobre a suspeita de fraude levantada na época em relação a foto com sua levitação, em junho 2013: “Gostaria que você soubesse que a fraude não fazia parte da vida mediúnica do meu avô. Com relação a foto da levitação, personalidades paulistanas da mais alta patente e cientistas do mundo presentes naquele dia do ano de 1933 iriam compactuar em uma fraude de tamanha repercussão, pois acredito que talvez você não saiba que Carmine Mirabelli não iria sujar o seu nome em uma fraude tão vulgar e envolver o nome das ilustres personalidades cientificas do Brasil e do mundo que estudavam o fenômeno Mirabelli e que estavam ali naquele dia.”

Faleceu vítima de acidente de trânsito, por atropelamento. Conduzido ao Hospital das Clínicas de São Paulo, veio a falecer sendo atestada a fratura do seu crânio como “causa-mortis”. O corpo foi sepultado no Cemitério São Paulo.

 

Correio Paulistano – Sexta-feira, 9 de junho de 1916, página 2

No mundo das maravilhas. É mister que se faça luz na noite do mistério. O sr. Carlos Mirabelli, a nosso ver, não passa de um hábil prestidigitador.

Como temos anunciado, o sr. Carlos Mirabelli, aceitando o repto lançado por esta folha, realizou já duas sessões em nosso salão nobre, sem que conseguisse produzir o mais ligeiro fenômeno de mediunidade. Estamos certos mesmo de que os não produzirá, dada a vigilância dos nossos representantes e de outros cavalheiros que constituem o júri que o deve julgar, e cuja perspicácia não se pode pôr em dúvida.

Todavia, a benevolência com que o “Correio Paulistano” se tem portado neste debatido caso, vai já causando estranheza. Exigidas do sr. Mirabelli cinco sessões, dentre as quais devia e deve ficar tudo esclarecido, são já decorridos 22 dias e apenas duas sessões se realizaram. E não é que o prestidigitador precise de repouso, pois que de contínuo se submete, fora desta casa, a todas as provas em residências particulares, onde o “sucesso” se não faz esperar, onde os fenômenos se multiplicam. Ainda ontem, anuncia a “Gazeta”, uma nova e extraordinária sessão se realizou, em que novos e extraordinários fenômenos se produziram. 

Tão fora do comum foram as proezas do pseudo médium, que de tudo se lavrou uma ata… Uma gaveta girou sobre o gargalo de uma garrafa e uma lâmpada se acendeu. Foi tudo, mas foi muita. Pois bem: o “Correio Paulistano” precisava demonstrar, com fatos, que o que se transformou nas já tão praticadas experiências do sr. Mirabelli não foi o cabelo em espírito, mas simplesmente o lápis em gaveta… E, incontinenti, na presença de numeroso auditório, fez, sobre uma simples garrafa, movimentar-se uma gaveta que pesa cinco quilos e que mede 0,58 x 0,61, maior, portanto, que a de ontem, lá para as bandas do Braz, causou assombro à grande assistência de que fala a nossa colega vespertina.  E não fez somente isso: acendeu também uma lâmpada das que se achavam no candelabro e mais uma ainda que repousava sobre a mesa do nosso salão nobre, sem nenhum contato com o fio da eletricidade.

De tudo quanto, a esse propósito, ontem se passou nesta redação, foi uma ata também lavrada e assinada por pessoas insuspeitas e de inteira idoneidade. Ninguém, porém, das que assinaram, desconhecia a existência do “truque”, que, todavia, não foi absolutamente percebido na ocasião em que se realizavam os “fenômenos”, conforme se vê da declaração firmada pelos srs. drs. Reynaldo Porchat e Bueno de Miranda.

O “Correio Paulistano” não encara esta questão sob o ponto de vista científico, isto é, não nega que as manifestações atribuídas ao sr. Mirabelli se possam realmente dar; o que negamos, com fundamentos que serão dentro em breve publicados, é que o sr. Mirabelli as produza sem embuste. E como os fatos, até agora realmente observados, provam que tanto “lá” como “cá” as manifestações se realizam com a mesma ilusão dos assistentes, razão não há para que se afirme afoitamente que a idéia da prestidigitação seja afastada pelo só motivo de que Mirabelli negue a existência do “truque”.

Precisamos não ser ingênuos….

Nós, abaixo assinados, reunidos na redação do “Correio Paulistano”, assistimos ao seguinte:

Posta uma gaveta de cinco quilos em cima do gargalo de uma garrafa, em posição de equilíbrio, vimos deslocar-se essa gaveta em sentido rotativo, sem contato absolutamente nenhum com o operador, sendo que na última houve também movimento de subida e descida das extremidades da gaveta, movimento de gangorra, que terminou pela queda da mesma, queda que se estendeu igualmente à garrafa. 

A gaveta media sessenta e um centímetros de comprimento por cinqüenta e oito de largura, pesando cinco quilos.

S. Paulo, 8 de junho de 1916.

REYNALDO PORCHAT – Declaro ter assistido à experiência a que se refere a ata supra, em condições semelhantes a que me achava ontem á noite, na casa do sr. coronel Goulart. Depois da experiência me foi mostrado o – truque – por meio de um fio de cabelo, que eu absolutamente não tinha visto antes de me ser mostrado pelo operador.

Em virtude do que VI na aludida casa, ontem, à noite, sendo operador o sr. Mirabelli, e do que acabo de VER,  na redação do “Correio Paulistano”, continua o meu espírito na mesma dúvida quanto á existência ou não de embuste para a produção dos fenômenos provocados por aquele sr. O meu juízo definitivo somente poderá ser manifestado, com convicção, depois de realizadas as cinco sessões, exigidas pelo “Correio Paulistano”, em uma das salas da sua redação. 

Dr. Bueno de Miranda, subscrevendo a declaração do dr. Reynaldo Porchat.

Nestor Pestana, Manuel Leiroz, Gelasio Pimenta, José Alves de Cerqueira Cesar Netto, Roberto Botelho, Sylvio de Andrade Maia, Aristéo Seixas, J. F. de Mello Nogueira, Julio de Mesquita Filho, João Alberto de Salles Filho, Theseu da Costa Negraes, W. Rodrigues, Antonelli Salles.

 

Alcyr Porchat – (Declaro que esta experiência me foi feita às 4 e meia da tarde, achando-me a metro e meio de distância da referida gaveta, sendo que não percebi “truque” algum. Depois de feita a experiência, o operador demonstrou-me que a realizara com um fio de cabelo de mulher. – Alcyr de L. Porchat.)

 

A fraude também é comentada por Philippe Piet van Putten.

Como notamos, levitar com os pés sobre uma escada não era o único feito do médium. Para fazer levitar um lápis, por exemplo, ele dizia que o lápis “molhado” não servia. Precisava “secar” o lápis, que é quando se supõe que prendia um fio de cabelo para poder “levitá-lo”. O engraçado é que algumas pessoas sentiam o fio de cabelo, mas achavam que era um fio de ectoplasma! Tenha tais exemplos em conta ao observar a fantabulosa materialização de Giuseppe Parini, um espírito com peruca e pintado de preto sem nenhuma semelhança com o poeta vivo.

A famosa fotografia da levitação é uma trucagem fotográfica grosseira, em que a escada em que estava o “médium” foi apagada:

mirabelli2 fortianismo ceticismo

Note sinais óbvios de adulteração — além do detalhe de que um sujeito levitando manteria os pés perfeitamente alinhados

Correio da Manhã – RJ 24/04/1940

Prisão do médium Mirabelli, diretor do Instituto Psychico Brasileiro,  pela Delegacia de Costumes de São Paulo, por estelionato, exploração da crendice popular e calúnias.

Livros

(Inteiros sobre Mirabelli, que estamos reeditando)

O Médium Mirabelli Mistifica ? - Miguel Karl - Papelaria Brasileira (São Paulo, SP) - 68 páginas - 1929;

O Médium Mirabelli - O que há de verdadeiro nos seus "milagres" e a sua discutida mediunidade posta em prova - O Resultado de um Inquérito. Editado por Rodolpho Mikulasch - Estabelecimento Graphico Radium (Santos, SP) - 76 páginas - ilustrado - 1926;

Prodígios da Biopsíquica obtidos com o Médium Mirabelli - Experiências com o famoso metérgico e documentado estudo de psiquismo fenomenal - Eurico de Góes - Typographia Cupolo (São Paulo, SP) - 472 páginas - ilustrado - 1937;

Honra ao Mérito - Miguel Karl e Dr. Olavo Leite (São Paulo, SP) - 76 páginas - ilustrado - 1937;

Martírio e Glória do Professor Carmine Mirabelli. Tipografia Cultura (São Paulo, SP) - 84 páginas - ilustrado - 1944;

Martírios e Acrisolamento do Médium Mirabelli - Fatos que se prenderam à Casa de Caridade São Luiz - Miguel Karl - Heros Graphica Editora (São Paulo, SP) - 61 páginas - 1930;

Mensagens do Além, obtidas e controladas pela Academia de Estudos Psíquicos César Lombroso, através do celebre Médium Mirabelli (Heros Graphica Editora, 1929);

Cultura Espiritual sem Fanatismo (Sociedade Impressora Paulista, 1932)

 

Livros que dedicam algum capítulo sobre Mirabelli

Enciclopédia de Parapsicologia, Metapsíquica e Espiritismo - João Teixeira de Paula - Cultural Brasil Editora (São Paulo, SP) - 3 volumes - ilustrada - 3ª Edição - 1973;

O Espiritismo Científico e as Extraordinárias Mediunidades do Sr. Carlos Mirabelli - Dr. Carlos Pereira de Castro - Sociedade Impressora Paulista (São Paulo, SP) - 72 páginas - 1930;

Mistérios e Realidades deste e do Outro Mundo - A. da Silva Mello. Livraria José Olympio Editora (São Paulo, SP) - 649 páginas. Capítulo 18 (páginas 483 - 491) dedicado a Carmine Mirabelli. Segunda edição, aumentada, de 1950;

O Espiritismo à Luz dos Fatos - Carlos Imbassahy - Federação Espírita Brasileira (Rio de Janeiro, RJ) - 404 páginas - Contém o capítulo "Carlo Mirabelli" (páginas 243 - 247) - 1935;

Science and Parascience: A History of the Paranormal, 1914-1939 - Brian Inglis - Hodder and Stoughton (London, England) - 1984;

São Paulo Nesse Tempo (1915 - 1935) - Jorge Americano - Edições Melhoramentos (São Paulo, SP) - 423 páginas. "Mirabelli" na página 158 (Edição de 1962 ?);

The Flying Cow - Guy Lyon Playfair - Souvenir Press (London, England) - (páginas 78-110) - 1975;

 

Artigos em revistas e jornais como Folha de SP, O Estado e SP, O Correio Paulistano, JSPR (Jornal da Sociedade de Pesquisas Psíquicas de Londres), JASPR e outros como:

The Mediumship of Carlos Mirabelli - Theodore Besterman - Journal of the Society for Psychical Research (London, England) - páginas 141-153 - Dezembro de 1935;

The Amazing medium Mirabelli - Gordon Stein - Fate Magazine (USA) - páginas 86-95 - Março de 1991;

O Fenômeno Mirabelli - Jorge Rizzini - Planeta - Editora Três (São Paulo, SP) - Número 31 - páginas 86-93 - ilustrado - Março de 1975;

 Le médium Carlos Mirabelli - Journal d'Études Psychologiques - La Revue Spirite (Paris, França) - páginas 463 e 464 - Outubro de 1928;

Le médium Mirabelli, ou... Un voyage dans le fantastique - Revue Métapsychique (Paris, France) - n. 2 - páginas 149-153 - Março-Abril - 1927;

Mirabelli and the Phantom Ladder - Guy Lyon Playfair - Journal of the Society for Psychical Research (London, England) - Volume 58 - Number 826 - páginas 201-203 - ilustrado - Janeiro de 1992;

Fronteiras do Desconhecido: Carmine Mirabelli - Elsie Dubugras - Planeta - Editora Três (São Paulo, SP) - Número 130 - páginas 52-57 - ilustrado - Julho de 1983;

A mediunidade de Mirabelli atestada por Hans Driesch - Revista de Espiritismo (Lisboa, Portugal) - Número 5 - páginas 189 e 190 - ilustrado - Setembro-Outubro de 1928;

An Amazing Case: The Mediumship of Carlos Mirabelli - Eric J. Dingwall - Journal of the American Society for Psychical Research (USA) - Vol. 24 - página 296 - 1930;



[1] Mirabelli: A vida e os feitos - Série Grandes Médiuns - Editora Três Ltda. (São Paulo, SP) - 34 páginas - ilustrado – 1975.

[2] PORTELA, Fernando. Além do Normal. Um repórter investiga os mistérios do paranormal. Traço Editora. São Paulo. 1984.


Eliane Gonçalves (MG)

Eliane Gonçalves, nascida em 1966 atua como médium inconsciente na Casa de Auxílio e Fraternidade Olhos da Luz, cidade de Sabará, MG, desde ...