Comecei realmente a estudar e pesquisar sobre o assunto a partir de 1988, após ter participado de algumas reuniões de efeitos físicos, nas quais presenciei fenômenos sediados na fronteira do real e do imaginário.
Na época escrevi centenas
de cartas (ainda não tinha internet) para todas as federações, associações,
escritores, pesquisadores e Centros Espíritas.
Algumas federações me
responderam dizendo que esse tipo de mediunidade teve sua época e que agora os
Centros trabalham pela evangelização.
Muitos, porém, atenderam
ao meu apelo e enviaram informações.
Apresentei minha proposta de pesquisa para Hernani Guimarães Andrade e recebi na sua carta de retorno em 27/02/1988, o seguinte texto:
Agradeço-lhe pela sua carta de 17 de
fevereiro de 1988.
Ectoplasmia – materialização de
espíritos, transporte e levitação formam, sem dúvida, um espectro bem amplo da
fenomenologia paranormal. Infelizamente, aqui no Bradil, tais fenômenos não
foram devidamente registrados. Louvo sua iniciativa neste sentido.
Lamentavelmente não encontrei, durante
o período de investigação ativa que exerci há algum tempo, nenhum grupo de
“efeitos físicos” que pudesse fornecer-me material aproveitável para
investigação científica.
As informações que consegui,
indiretamente, sobre tal fenomenologia, são as mesmas que, presumo, V. As. Já
deve conhecer através de livros.
Lamentando não dispor de melhores
informações, subscrevo-me atenciosamente.
Resposta do Dr. Ary Lex
sobre meu pedido de informações em 18/041988.:
Prezado confrade Ivan,
Saúde e Paz.
Só há 5 dias chegou-me às mãos sua
carta de 04/03/1988.
Apreciei saber que o senhor se
interessa por pesquisa/investigação sobre os assuntos enumerados, pois eu
também, há cerca de 40 anos, andei procurando encontrar locais, ou sessões que
se prestassem à investigação. Entretanto, só tive decepções, exceto nas sessões
da “Irmã Noiva”, em Santana (1941-1943).
O mesmo tem acontecido, nestes 20 anos,
na Associação Médico-Espírita. Os colegas têm procurado acompanhar os casos
tratados por vários médiuns, mas nada conseguimos até hoje. O caso mais grave
ocorreu com o Dr. Edson Queiroz, como o senhor deve ter acompanhado pelos
jornais espíritas.
Desconhecemos, no momento, qualquer
grupo que faça trabalhos bem controlados de curas ou materializações.
Permanecemos estudando e fazendo
pesquisas bibliográficas, dando cursos, seminários etc.
Esperando enconrá-lo em breve em nossa
sede, subscrevemos-nos atenciosamente. Presidente da AME-SP.
Carta recebida em 25 de
janeiro de 1990 de José Rocha, presidente do Conselho Deliberativo do Grupo
Espírita “Aracy” da cidade de Campos – RJ:
Caro confrade.
Acuso recebido sua carta de setembro
último, só agora chegada às nossas mãos, por isso peço desculpar-nos por
qualquer omissão de que não tivemos culpa.
Lamentavelmente não podemos ser-lhe
útil para o trabalho de “catalogação” que está elaborando em benefício da causa
espírita e, consequentemente, da coletividade.
Há alguns anos, ou precisamente em
1966, desencarnou o nosso médium de efeitos físicos Francisco Peixoto Lins e,
em consequência, todos os nossos trabalhos de materializações e tratamento
ficram prejudicados e mesmo paralisados. Somente continuamos com as nossas
reuniões de tratamento com outros médiuns sem as qualidades do primeiro, sem
nenhum efeito físico.
Até o presente momento mantemos firmes
as reuniões de tratamento com preces e hinos aos sábados das 20 às 22 horas.
Impossibilitados de atender-lhe pelas
razões expostas despedimo-nos desejando-lhe pelno êxito nos trabalhos
executados. Fraternalmente.
Primeira carta recebida
de Carlos de Brito Imbassahy, de NIteroi – RJ em 08/01/1989 datilografada,
assinada e carimbada:
Meu caro Ivan René,
Não repare na demora pela resposta: meu
fim de ano foi tumultuasíssimo porém, este ano que passou (e sua carta é de
abr. 88) me perpegou várias peças que tive dificuldade de contornar. Felizmente
tudo agora está voltando ao normal.
O pior foi que a EBCT deu uma
ajudazinha extraviando muita correspondência e fazendo com que a coisa piorasse
por esse lado. O JE sofreu um pequeno tropeço e as duas coisas juntas ainda
contribuíram para que três artigos meus sumissem. O difícil foi reconstituí-los.
Ademais, fui dar um curso de Ciência Espírita em Salvador (BA) e tive que
preparar duas apostilas, uma explicando o que era Ciência espírita e outra
encerrando o conteúdo do curso. Tudo isso de roldão com a mudança da minha
cadeira – sou professor – obrigando-me a reformular meus programas em Curso
Superior.
Eis o desastre que me levou a tanto
atraso.
Li com muita calma seu relato assaz
minucioso. Estranhei muitas coisas porque
há mais de quatro anos, tudo lavrado em ata, temos uma reunião de efeitos
físicos em minha casa, fizeram-me ver muita coisa a respeito do assunto que
contraria alguns de seus relatos, como o caso do fumo. Quem fuma NÃO PODE participar desse tipo de sessão porque, senão, transfere para o médium o resíduo do
alcaloide (nicotínico) do vício e isto é altamente prejudicial, logo, não
sei como permitem que um fumante participe da reunião. Aqui em casa, se entrar
um para assistir, nessa noite não acontece nada.
Outra coisa é o exagero de presentes:
para que se possa formar uma corrente
ectoplásmica, mister se torna uma hegemonia entre os participantes, tanto
assim é que os espíritos recomendam assiduidade e o mínimo de variação dos
presentes. Quanto maior o número deles,
mais heterogêneo será o grupo. Enfim...
A turma que trabalha conosco não é de rezas; quer que todos venham
“devidamente preparados para a reunião! (sic) e não se preparam na hora. Prece
só de abertura e de encerramento. Também não admitimos grilhões em médiuns, nem
curiosos que duvidem da integridade do trabalho porque nossa finalidade não é a de convencer ninguém; nosso trabalho serve para estudo e pesquisa. Estamos pretendendo
montar uma aparelhagem osciloscópica a
fim de medir o fenômeno que, dessa forma, não irá depender de nenhum
depoimento. O nosso trabalho é de pesquisa.
Fiquei impressionado com seu mapa de
consultas. Até minha mulher se extasiou ante ele. Brilhante trabalho que poderá
facilitar as consultas. Obrigado pela lembrança em me enviar cópia.
Quanto a outros grupos, há vários, só
que não tenho endereços. Tão logo os obtenha, terei imenso prazer em enviá-lo.
Quem também faz trabalho semelhante ao nosso é o Carlos Bernardo – R. Clóvis
Spinnola. 40 bloco C apt 403. Orixás Center (40.120) Salvador – Bahia. Pode
escrever para ele que dará informações e responderá ao que quiser. Eles
começaram aqui, conosco e tanto é que mantém o mesmo dia de reunião. Ele está
tentando transportar uma carta de lá para nós. Vamos ver se é possível.
Com mais vagar voltarei ao assunto.
Este primeiro contato é para não continuar procrastinando a resposta. De
qualquer forma estaremos às ordens. Um abraço amigo.
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