segunda-feira, 5 de julho de 2021

Diógenes Pulino (SP)

Filho de Benedita de Oliveira Pulino e Deocleciano Pulino, irmão de Nery Pulino conhecido por Paulo Pulino. Nasceu na cidade de Bebedouro no dia 16/11/1914 e faleceu em 22/04/2010.

Entrevistei o médium em 1987 no Templo do Cristianismo Espírita e obtive as informações a seguir:

Minha percepção é que se trata de pessoa séria, de temperamento forte, muito franco, desconfiado, com boa percepção da realidade e muito crítico.

Conheceu o Lúcio Cosme, médium de efeitos físicos do Centro Espírita Padre Zabeu onde se deu seu desenvolvimento. Em 1945 ele e o irmão participavam das reuniões. Em 1950 o irmão Nery começou a trabalhar como médium, depois de muito pesquisar e exercer medidas de controle.

Amparado pelas entidades o desenvolvimento do Diógenes foi rápido, entre 3 a 4 semanas.

No final dos anos 40 houve uma campanha do Jornal Diário da Noite, comparecendo às reuniões com investigadores que tomaram medidas excessivas para comprovação, como talco no chão, tinta fosforescente na cabeça dos assistentes, fio amarrado no buraco da lapela dos assistentes da primeira fila, lacres e esparadrapos na grade da cabine, etc. Em determinado momento tiraram foto com flash sem autorização dos espíritos ocasionando uma enfermidade no médium Nery que passou muito mal, vomitou sangue fazendo a família pensar que iria falecer. Nesta reunião os médiuns ficaram de pijama e foram pesados antes e depois da reunião, sendo que o Lúcio Cosme aumentou três quilos e o Nery diminuiu de peso.

Em 40 anos de mediunidade Diógenes estima que no máximo em seis ocasiões ocorreram a manifestação inesperada de espíritos obsessores, sem, contudo ter resultado em problemas de maior gravidade.

Disse que nunca houve a materialização de parente seu, como seu pai e o seu irmão. “O médium precisa ter afinidade com as entidades”. Por isso alguns espíritos não se materializaram mais depois da morte do irmão.

Diógenes entende que o ectoplasma de cada médium era usado de forma diferente, o do Nery para moldar o aparelho vocal e o dele para o resto. Isso explicaria o fato de Nhô Leocádio não mais se utilizar da voz direta após a morte do irmão, assim como alguns espíritos não mais se materializaram por terem mais afinidade com o irmão.

Diz que sente sono, mas que o sono mediúnico não satisfaz, porque depois de uma reunião de uma hora e meia, duas e até três excepcionalmente, dorme naturalmente na mesma noite.

Falou que não tem consciência, mas imagina que seu perispírito deva ser conduzido a um lugar agradável. Acredita que os gemidos que seu corpo emite sejam resultados do desconforto que os espíritos sentem ao tomarem contato com a densidade e o desconforto do ectoplasma. O seu perispírito sente e transmite essas impressões que o corpo exterioriza.

Mencionou que não costumava ler obras espíritas por receio de colocar ideias erradas em sua mente e influenciar os espíritos por meio de sua mediunidade.

Contou que gosta de comer carne e nos dias de reunião que eram duas vezes por mês e depois passou para apenas uma vez ele não comia, mas se ressentia. Os espíritos então permitiram que ele comesse carne branca. Ele costumava comer peixe no almoço do dia da reunião. Álcool ele toma eventualmente vinho ou cerveja, mas não costuma beber e nunca fumou.

Trecho da ata de reunião de 05/05/1956:

Espírito Leocádio: vocês ficam impressionados com o Diógenes, mas não é nada não. Isto é coisa que nós mesmos fazemos com ele, não tem perigo não. Silva, se o Diógenes manda você ascender a luz, você não acende não. Às vezes, o espírito dele volta e toma o corpo dele.

Trecho da ata de reunião de 19/05/1956:

Nery com forte gripe e Diógenes muito cansado pelo excesso de trabalho. Clemente (espírito) materializado intensificou a luz vermelha para que todos pudessem ver nitidamente seu rosto.


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